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Uma analogia perturbadora, mas verídica!

"Criamos uma sociedade baseada em Ciência e Tecnologia onde ninguém diz nada sobre Ciência e Tecnologia. E esta mistura combustiva de ignorância e poder, cedo ou tarde vai explodir nas nossas caras..." 
- Carl Sagan -

Existe mais de Carl Sagan em mim do que eu imaginava!

Essa reflexão é perfeita, principalmente no que se refere à sua sequência, na última entrevista, onde ele relata que estamos à mercê dos políticos que discutem Ciência e Tecnologia sem ter esse conhecimento. O mesmo acontece na Educação. Estamos à mercê de todos discutindo a Educação, sem ao menos ter conhecimento sobre ela (médicos, empresários, artistas, advogados, etc.) E os educadores que se titulam fazer isso, promovem discussões e movimentos populares que não levam à busca ou reflexão por soluções! São educadores pedindo melhorias na educação sem refletir o que, de fato, seria "essa melhor educação". Tudo se resume à reclamação por melhor estruturas. E o resto??? Pouco se fala na falta de identidade desta educação que perpetua desde muitos séculos, e que não compete aos atuais avanços tecnológicos e alunos com interesses distintos. Criamos movimentos pedindo mudanças mas não refletimos sobre essas mudanças! É preciso estratégia e sabedoria! Somos educadores, devemos agir como tal. Não sejamos parte de uma sociedade educadora que não discute soluções na educação e como transformá-la. 

‪#‎omudoassombradopordemônios‬
‪#‎pseudociência‬ 
‪#‎escolasassombradaspordemônios‬ ‪#‎pseudoeducação‬

Só quem leu o livro e prestou muita atenção no vídeo, entenderá a analogia!

Precisamos repensar um Ensino muito além de sua estrutura física!

O que realmente mudou é que, agora temos computadores, tablets e celulares! Inserir a tecnologia dessa forma na sala de aula, para mim, não é inovação. É retrocesso! Precisamos repensar um Ensino muito além de sua estrutura Física.
Muitos dos problemas da Educação, ou melhor, do Ensino no Brasil, de fato vêm da falta de investimento. Mas não podemos deixar de considerar outro problema que é ainda maior: a falta de compatibilidade das nossas escolas com a identidade dos nossos alunos. Quando destaco isso, não estou me referindo ao uso de tecnologias (tablets, computadores, multimídias, etc.) - até porque, se não houver investimento, tais tecnologias se quer chegarão às escolas!-. Me refiro aquilo que estruturamos como currículo, habilidades e competências que precisamos ajudar nossos alunos a desenvolver na sua vida escolar.
Mudam os séculos e a identidade de suas gerações, mas a identidade das escolas é sempre a mesma. 

Todos os dias somos bombardeados com resultados de pesquisas comportamentais explicando as geração X, Y, Geeks, Millenium, a Geração digital... E não percebo atualizações das escola nesse processo. A educação do século XXI é a mesma do século XVII, apenas foi recebendo alguns nomes e alguns instrumentos que dão a falsa impressão de que algo mudou.
Uma grande massa de trabalhos acadêmicos dentro do Ensino mostram unidades de aprendizagem e projetos educacionais a fim de promover aulas diferenciadas, Incrível é que ninguém nunca se preocupou em refletir o porquê! São pessoas querendo mostrar que é hora de mudar! Os métodos, livros, a forma que se ensinava nos séculos passados não é adequada às atuais gerações. o Problema do Ensino nas escolas é repressão, a ideia de que o professor é aquele que transmite um saber, a ideia de que quanto mais conteúdo se trabalha, mais eficiente é o ensino. Nossos alunos são tratados como caldeirões onde são jogados os ingredientes necessários, mistura tudo e no final eles têm a aprovação. Ingredientes necessários? Precisamos refletir sobre a necessidade de se estudar conteúdos sempre na mesma ordem ou conteúdos desmembrados que envolvem um único fenômeno ou aplicação.
No ano passado participei de um encontro onde, mais de 30 professores do território brasileiro foram convidados a analisar a Nova Base Nacional Comum Curricular. A ideia da Base Curricular é expressar aquilo que deve ser ensinado nas escolas do País. A grande crítica aqui foi a de que ela foi escrita em pouco tempo, mas o que muitos não sabem é que, na verdade, ela foi escrita com base em resultados de outros projetos educacionais que aconteceram antes da proposta da Base Curricular. Outros ressaltam que algumas coisas fundamentais para a formação do cidadão foram excluídas, tais como, visão política e crítica. Nisso eu terei que concordar. Um cidadão que desconhece os movimentos políticos de seu país não poderá formar opiniões e tomar suas decisões como cidadão. Mas, esse é um caso que não quero me deter. Gostaria de chamar atenção para a área Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia)... Biólogos e Químicos alegaram que não houveram mudanças significativas, a não ser a retirada de conteúdos que consideram fundamentais. Na Física a transformação foi Fantástica! Primeiro porque ela propõe quebrar alguns tabus em relação a ordem do conteúdo ensinado! Segundo: Existe uma conexão enorme com os assuntos propostos como tema central no Ensino Médio (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Porém, a quantidade de conteúdos (desmembrados e esmiuçados) é assustadora!- novamente os conteúdos! -. Inviável trabalhar tudo aquilo em um ano letivo e, isso foi apontado por todos os professores que estavam lá. 
Para algumas ações somos tão "à frente". No entanto, para outras somos tão retrocessos! Queremos educação de qualidade, educação e ensino para a vida, mas não nos preocupamos em ver essas relações naquilo que está sendo proposto como ensino. Nesse aspecto, estamos parados no tempo! Nos preocupamos demais com conteúdos e a reprodução desses. É preciso abandonar modelos ultrapassados, reinventar o ensino, conectar os livros às teorias e fórmulas nos acontecimentos da vida! Do contrário, tudo não passará de páginas preenchidas com caracteres e nossos alunos ficarão cada vez menos interessados.